As instituições culturais de Goiás estão na penúria. As entidades de historiadores, escritores e artistas pesam sobre costas frágeis de idealistas e amigos da cultura. Não fazem parte dos planos de governo. Não integram orçamento. Servem para adornar solenidades sessões palacianas. É de bom tom que o governante, seja da esquerda ou da direita, da ditadura ou da democracia cabocla, se mostre amigo de artistas e escritores. Aí espalham algumas migalhas a quem se sujeita ao beija-mão. É só isso. Quando o dirigente é pessoa grada de berço ou de esperteza política consegue doação de uma casa, a reforma de outra, com direito a placa, inauguração e pose para o louvaminheiro jornalismo da província. Mesmo que o governante tolere e mostre algum apreço por rabiscadores de letras, mímicos, intérpretes, músicos e borra-telas, as migalhas da benemerência empacam na burocracia medíocre de capatazes e lambe-botas que nunca leram um livro. As obras da cultura padecem de permanente crise interruptiva. Sob o lago do Bosque dos Buritis jazem as fundações do Palácio da Cultura iniciado e enterrado pelo Governador Leonino Caiado. O Centro Oscar Niemeyer, inaugurado antes de se concluir, esboroa no cerrado. O teatro Goiânia carece de adequada manutenção. O tal de Centro de Convenções está nas mãos da ganância dinheirista dos empresários. Hospeda espetáculos caça-níqueis, congressos, eventos de moda. A patuleia das maltrapilhas artes goianas não alcança este olimpo capitalista. Enquanto isto, o estado vai perdendo o trem da história. Não tem um sistema de bibliotecas e os egressos das escolas se formam em analfabetos funcionais, que vão virar médicos auxiliares da morte, advogados que não conseguem passar no simples exame da OAB, dentistas canhestros, engenheiros broncos, arquitetos alucinados e professores enviesados, para alimentar o circulo irremediável da mediocridade. É assim em Pecusburgo, tudo no mesmo. Instituições como as academias, Instituto Historio, União de Escritores e outras que prestam serviços à comunidade e dão a Pecusburgo estatuto e ilustração e cultura caminham a mingua. A última doação caiu quando o governador Alcides Rodrigues assumiu, há mais de dois anos. Estão falindo. Contas de água, telefone, energia, manutenção vão solapando seus dirigentes que, para não fechar as portas, desviam de suas famílias as quantias para a UTI das instituições. Penso que não pode continuar assim. Não seria bom para Goiás que essas instituições fechassem suas portas. Estou apelando ao Governador Alcides que nos socorra. Ele já autorizou a doação às instituições. Enviou mensagem à Assembléia. A lei foi aprovada, sancionada. Mas precisa puxar a orelha dos burocratas que engavetam o processo e faz muxoxos e bicos de escárnio para suas ordens e para nossas entidades culturais.
A indigência das instituições culturais
As instituições culturais de Goiás estão na penúria. As entidades de historiadores, escritores e artistas pesam sobre costas frágeis de idealistas e amigos da cultura. Não fazem parte dos planos de governo. Não integram orçamento. Servem para adornar solenidades sessões palacianas. É de bom tom que o governante, seja da esquerda ou da direita, […]
Notícias Relacionadas
-
FMG registra Centenário de Clóvis Moura com Dossiê Especial
Um dos grandes intelectuais marxistas do Brasil, Clóvis Moura nasceu em 10 de Julho de 1925.
-
Freud e Marx: conexões e divergências na busca pela compreensão humana
Entenda como Freud e Marx abordaram a história, a economia e a psique humana, destacando suas convergências e divergências na busca por uma visão científica da sociedade e da transformação humana
-
Desigualdades regionais no Brasil são um desafio histórico e contemporâneo
Entenda as raízes históricas e como políticas públicas e reformas estruturantes podem modificar o cenário de disparidades entre entre Sul/Sudeste e Nordeste/Norte/Centro-Oeste.
-
Utopia do estado mínimo traz impactos sociais na Argentina
Entenda como o antiestatismo da burguesia liberal, personificado por figuras como Milei na Argentina e ideólogos como Eugenio Gudin no Brasil, promove a redução do Estado e seus efeitos devastadores na economia e na sociedade, ampliando a pobreza e a desigualdade
-
Capital Digital-Financeiro: como as Big Techs monetizam dados e exploram o trabalho informacional
Análise remete a Karl Marx para explicar como plataformas como Google e Instagram monetizam dados de forma semelhante ao capital portador de juros e como os algoritmos exploram o trabalho informacional de bilhões de usuários
-
Seguem afiados os dentes do fascismo
Cida Pedrosa reflete sobre o avanço da extrema-direita no mundo, os reflexos no Brasil, a organização da resistência e a luta por um futuro plural e democrático
Usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação,veicular anúncios ou conteúdo personalizado e analisar nosso tráfego. Ao clicar em “Aceitar tudo”, você concorda com o uso de cookies.