Maurício Grabois (Salvador, 2 de outubro de 1912 — Xambioá, 25 de dezembro de 1973) foi um dos principais dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), numa lista que conta com Astrojildo Pereira, Luís Carlos Prestes, João Amazonas, Renato Rabelo e Luciana Santos.
Nascido na capital baiana em 1912, Maurício foi o quinto filho do casal Agustín Grabois e Dora Kaplan, judeus russos.
Em Salvador, Maurício cursou o ensino fundamental no Ginásio Estadual de Salvador. Aos 19 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro (então capital do país) para estudar na Escola Militar de Realengo. Lá tomou contato com o marxismo-leninismo e passou a militar contra o fascismo – que avançava na Europa e também no Brasil, sob a forma do integralismo -, e a divulgar o comunismo entre os militares. Mais tarde, estudou na Escola Nacional de Agronomia, que abandonou no 2º ano para se dedicar à vida política.
Grabois começou a carreira política como militante da Juventude Comunista, a ala jovem do partido (que então usava a sigla PCB, mas chamava-se Partido Comunista do Brasil). Em 1934, aos 22 anos, já era a dirigente da entidade. Ingressou na Aliança Nacional Libertadora e, após o fracasso da insurreição de 1935, editou clandestinamente o jornal A Classe Operária, que existe até hoje, e dirigiu a Vitória, editora do PCB. Foi preso no verão de 1941 e solto no ano seguinte.
Com a orientação do Komintern para que os partidos comunistas apoiassem os governos locais que lutassem contra o Eixo e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial do lado aliado, em 1943, o PCB organizou a Conferência da Mantiqueira. A comissão organizadora do evento foi chefiada por Grabois. Na ocasião, foi eleito para o Comitê Central do partido.
A derrubada de Getúlio Vargas e a legalização do PCB levaram o partido a entrar na vida democrática institucional brasileira, e Grabois foi eleito deputado federal como companheiro de chapa de Prestes, eleito senador. Participou da Assembleia Constituinte de 1945-1946 e liderou a bancada comunista, que tinha então 14 deputados. Também foi membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Em 1947, no entanto, o registro do partido foi cassado, e o PCB passou a ser ilegal, mas continuando a existir e atuar na clandestinidade. Grabois trabalhou como relator do programa do partido e ajudou a organizar o IV Congresso do PCB em 1954, sendo reeleito para o Comitê Central.
Em 1956, Nikita Khrushchov faz um discurso no XX Congresso do PCUS denunciando os crimes de Josef Stalin e renegando o legado do líder soviético. A mudança de orientação (conhecida como Revisionismo) provoca a reorganização do PCB e, em 1962, junto com João Amazonas, Pedro Pomar, Carlos Danielli e outros, Grabois reorganiza o Partido Comunista do Brasil, mas com a sigla PCdoB.
A partir de 1964, quando os militares dão um golpe de Estado no Brasil e tomam o poder, os comunistas se dividem entre os que defendem a oposição clandestina, aliada aos democratas de centro-direita (depois organizados no MDB) e os que optam pelo combate aberto (guerrilha urbana e rural). Maurício Grabois foi um dos principais defensores da posição em defesa da luta armada no partido.
Para dar início a uma guerrilha na Floresta Amazônica, Grabois chega à região do Araguaia em dezembro de 1967, para organizar o levante revolucionário. Levou para lá o filho André Grabois, morto em combate em 1973. Grabois comandou por seis anos a chamada Guerrilha do Araguaia, no estado do Pará, até ser morto por forças do Exército no dia de natal de 1973, junto com mais três companheiros, um deles seu genro, Gilberto Olímpio Maria. Seu corpo, assim como o de seu filho, André, o de seu genro, Gilberto, e os corpos dos outros 67 guerrilheiros e camponeses da Guerrilha do Araguaia, nunca foram encontrados.
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