Uma das teses mais polêmicas sobre meio ambiente e desenvolvimento defendidas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1999 foi apresentada pela doutoranda Laura Jesus de Moura e Costa, farmacêutica-bioquímica e professora. A tese Organizações de bairro: história e práticas comunitárias que possam levar à sustentabilidade do meio na cidade de Paranaguá e Ilha dos Valadares (Paraná, Brasil) teve por objetivo analisar os aspectos organizativos e funcionais das associações de moradores de bairro da cidade de Paranaguá e Ilha dos Valadares e suas relações com a administração pública, sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável e da educação ambiental popular permanente.

O referencial teórico utilizado baseou-se principalmente em Marx e Engels, Henrique Leff e Antonio Gramsci e vários aspectos da sustentabilidade foram enfocados. A pesquisa desenvolveu-se tanto de forma interdisciplinar, envolvendo trabalho em equipe com outros pesquisadores, quanto por esforço individual, por meio da 'observação militante' e contatos com lideranças de mais de 47 associações de moradores, além de várias instituições e pessoas envolvidas no objeto de estudo.

Laura Jesus de Moura e Costa procurou construir a história de criação e luta das associações de moradores de bairro, avaliando os níveis de informação dos sujeitos da pesquisa em relação ao ambiente, saúde e qualidade de vida. Esforçou-se, assim, para identificar os atores sociais dentro de uma visão histórico-crítica, em que o processo de surgimento dos bairros é relacionado com a própria dinâmica do Porto D. Pedro II e com os principais ciclos econômicos vividos pelo Estado do Paraná.