"Pensavam que estivesse morto. Alguns esperavam, outros desejavam. Ele, não respirava, nem se movia. E assim ninguém percebeu quando certo dia, sempre um dia, mas que não era um dia qualquer, levantou-se e ameaçou puxar uma aba do céu".

      Assim iniciava um conto que comecei a escrever em meados dos anos 90. Não tinha lido ainda esta passagem do último livro de Paulo Freire; Pedagogia da Autonomia: " A adaptacão a situações negadoras da humanização só pode ser aceita como consequência da experiência dominadora, ou como exercício de resistência, como tática da luta Política. Dou a impressão de que aceito hoje a condição de silenciado, para bem lutar, quando puder, contra a negação de mim mesmo".