Descobri que nas noites frias as palavras pulsam afetos adormecidos. Descobri em Monteiro Lobato, uma verdade que iluminou minha infância. Descobri que o beijo é a chancela de uma estação. Descobri que amar é acordar com gosto de amoras silvestres. Descobri a perenidade do amor quando ganhei meus sobrinhos. Descobri em Dona Odete uma fonte inesgotável de amor. Descobri que os caminhos sempre se encontram. Descobri que a grandeza de dividir o pão alimenta a alma. Descobri que as chaves abrem as portas do conhecimento. Descobri que as árvores são sementes maduras. Descobri que o relógio trabalha o tempo na solidão do dia. Descobri que um piscar de olhos vale um sorriso de menina. Descobri que a timidez é o silêncio das cores. Descobri que um violão se cala diante diante da primavera. Descobri que quem pisa espinhos sangra desejos. Descobri que embaixo da minha janela morava uma porta que bebia esperança. Descobri que o futuro tem o perfume da alvorada. Descobri no poder o sabor da paciência. Descobri que as águas do rio acalentam os ruídos das matas. Descobri na alegria um olhar de certezas. Descobri na música faíscas de vontades aprisionadas. Descobri que o barulho das águas que caem dos telhados são vozes em cantos de liberdade. Descobri nos mosaicos detalhes da construção de um sonho. Descobri no azul dos miosótis a cor da minha infância. Descobri na luta o sabor da conquista. Descobri que a escuridão não conseguiu impedir que flores vermelhas brotassem dos campos. Descobri numa almofada de rendas segredos de uma vida. Descobri que a felicidade está nas lembranças. Descobri que uma agulha costurava bainha para não desfiar a poesia do tecido. Descobri que as margens do rio protegem os segredos das águas. Descobri nos poemas cheiros de mel de engenho – doce poesia da infância. Descobri que os sinos repicavam esperanças enquanto acordavam as cidades. Descobri que no fundo do poço a água tinha um som de mistérios. Descobri no sorriso uma saudade cheia de coragem. Descobri a beleza da liberdade quando nas ruas vi que as flores não precisavam de canteiros para desabrochar. Descobri que um passado é feito de metades de sorrisos que se completam na época da colheita. Descobri em Brasília um brilho capaz de iluminar uma vida inteira. Descobri que dentro do peito o silêncio se transforma em notas musicais. Descobri que a ausência tem cheiro de despedida. Descobri que os pássaros acordam antes do dilúculo para saudar o dia. Descobri que o algodão perdia sua alvura nas mãos calejadas que manuseavam o fuso. Descobri a nobreza dos vaqueiros através de seus aboios. Descobri que os chinelos atendem os comandos dos pés, respondendo as pisadas com a suavidade do aconchego. Descobri que as mãos falam desejos adormecidos. Descobri no mar que o sal deixa minha boca doce. Descobri nos gestos de Luana Benício a sutileza do alvorecer. Descobri que a minha paixão por Peter Pan, se transformou no amor da criança que continua morando dentro de mim. Descobri que minhas raízes são profundas e florescem em Pedro II. Descobri que mesmo andando por caminhos diferentes sempre volto para Pedro II… e aí eu descobri que os que nascem em Pedro II, conhecem a felicidade.
Felicidade
Descobri que nas noites frias as palavras pulsam afetos adormecidos. Descobri em Monteiro Lobato, uma verdade que iluminou minha infância. Descobri que o beijo é a chancela de uma estação. Descobri que amar é acordar com gosto de amoras silvestres. Descobri a perenidade do amor quando ganhei meus sobrinhos. Descobri em Dona Odete uma […]
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