Essencialmente tornou-se claro a todos que a dúvida dos mercados (leia-se Internacional Especuladora) com o programa grego de salvação e com o em plena evolução cerco de Portugal, Espanha e Itália, não só, criaram premissas para desvalorização do euro e, por extensão, a dissolução da Zona do Euro.

Se algo assim acontecesse equivaleria a “guerra nuclear econômica” e mergulharia, novamente, à queda o mundo inteiro. Assim, aliás, explica-se a grande preocupação dos EUA e os constantes apelos de Barack Obama a Angela Merkel e aos demais empoados líderes europeus.

Confiança dos mercados

Conforme foi proclamado aqui, em Bruxelas, rapidamente serão adotadas medidas (além do pacote de 750 bilhões de euros) assim como políticas destinadas a duas direções: uma de apoio aos países que estão sendo atingidos por maciços ataques especulativos (provavelmente com compras maciças de bônus no mercado secundário de títulos pelo BCE), em conjunto com a abertura das torneiras de liquidez aos bancos comerciais, a fim de serem limitados os riscos creditícios.

Outra medida será a adoção de severos programas fiscais pelos países integrantes da Zona do Euro – análogos aos adotados pela Grécia – com objetivo de reconquistar a confiança dos mercados.

A receita inventada pelos empoados líderes europeus é muito semelhante àquela adotada por Obama, o qual não hesitou ano passado aumentar o ativo do Federal Reserve (Fed), de US$ 1 trilhão para US$ 3 trilhões, exatamente para evitar a derrocada da economia. Resta, obviamente, comprovar-se se o BCE seguirá uma política monetária tão expansionista.

Se algo assim for comprovado e for acompanhado por severos programas fiscais restritivos em toda a Zona do Euro, a política – provavelmente – salvará o euro, porém, formará uma ampla frente social em toda a Zona do Euro, que testará e ameaçará a hoje predominante elite política européia.

A verdade é que, neste caso, o primeiro-ministro da Grécia, senhor Georgios Papandreu, que nos últimos dias sofreu mazelas homéricas em Atenas, não se sentirá só e abandonado. Seguramente, encontrará defensores e terá muitos ouvintes para contar-lhes suas amargas experiências dos últimos dias.

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Fonte: Monitor Mercantil