O Conselho de Relações Islâmico-Americano (Cair, na sigla em inglês) apresentou hoje sua campanha “9/11 Happened To Us All” (O 11 de Setembro Aconteceu Com Todos Nós”, em tradução livre) e divulgou diversos vídeos que serão distribuídos para emissoras televisivas e redes sociais na internet.

Os vídeos pretendem “mostrar as coisas que as maiores religiões (Judaísmo, Cristianismo e Islã) têm em comum e questionar aqueles que – como no caso dos fiéis de uma igreja da Flórida que planejam queimar exemplares do Corão no próximo 11 de setembro – dividem os EUA segundo práticas religiosas”.

Nas imagens aparecem, por exemplo, um bombeiro nova-iorquino e uma enfermeira que contam brevemente, mas com evidente emoção, suas experiências ao colaborar nos trabalhos de resgate depois dos ataques ao World Trade Center, e deixam claro, ao concluir sua declaração, que são muçulmanos.

No final desses testemunhos aparece na tela a frase “o 11 de Setembro aconteceu com todos nós”.

A organização lembra em seu site que 32 muçulmanos morreram na tragédia, 29 deles no World Trade Center e outros três nos aviões sequestrados.

Esta campanha de conscientização inclui, além disso, outro vídeo no qual aparecem líderes muçulmanos, judeus e cristãos e encerra com a frase “Temos mais em comum do que pensamos”.

O lançamento acontece em meio à polêmica que gerou no país do projeto de construir um centro islâmico e uma mesquita perto do Marco Zero em Nova York, onde ocorreram os ataques terroristas.

Essa iniciativa, que recebeu o sinal verde das autoridades municipais, provocou reações negativas entre os nova-iorquinos, segundo diversas pesquisas, e também manifestações de rejeição por parte de alguns líderes políticos e familiares das vítimas, que consideram que o centro deveria ficar mais longe do Marco Zero.

Uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac, divulgada nesta terça-feira, revela que 71% dos eleitores nova-iorquinos consideram que a organização deveria de maneira voluntária construir a mesquita em outro local.

Já 54% reconhecem que, atendendo à liberdade religiosa nos EUA, os muçulmanos têm direito a construir a mesquita perto do Marco Zero.

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Com agências