A Hora dos Ferreiros
Quando o sol ferir com punhais de fogo e forja a exata hora dos ferreiros, varrei o pó da oficina e a mansidão dos terreiros, libertai a alma dos bronzes e dos meninos desatada em som e nessa
Quando o sol ferir com punhais de fogo e forja a exata hora dos ferreiros, varrei o pó da oficina e a mansidão dos terreiros, libertai a alma dos bronzes e dos meninos desatada em som e nessa
Todo mundo está fudido Como vou viver assim? Sem trabalho, sem sustento Mim precisa de um carguim. Se não dér muito trabalho Me arrume isso pra mim Mim precisa de salário. Mim precisa dinherim Se tiver que trabalhar. Mim
Que outros falem da sua vergonha eu falo da minha. Ó Alemanha, pálida mãe! Como apareces manchada Entre as nações. Entre os imundos Te destacas De teus filhos o mais pobre Jaz abatido. Quanto sua fome era grande Teus
Todo dia é dia de alguma coisa. Afora aqueles que têm uma justificativa histórica, ou seja, os dias que comemoram a recorrência de um evento marcante na evolução da sociedade humana, ou que, simplesmente, assinalam momentos do calendário
Numa estação do metrô Os vi se despedindo. Cada lágrima, assim, do tamanho de uma uva. Choravam tanto que os trilhos Ficaram untados de sal. A dor era tal que me deu vontade De fazer um atentado, Contra o
A foice talha a vida a vida corta o verde o verde afia a dor o verde é sempre o mesmo verde a brisa é sempre a mesma brisa gume nos olhos da noite a faca tece
O dia amanheceu embatumado mas de repente, não mais que de repente, tudo floriu, clarificado ao escutar a voz nordestinada de Elba Ramalho. Em ondas de fraternura em me vi inundado desde a manhã até findar a tarde enquanto
Tens, às vezes, o fogo soberano Do amor: encerras na cadência, acesa Em requebros e encantos de impureza, Todo o feitiço do pecado humano. Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza Dos desertos, das matas e do oceano: Bárbara
Aqui no Ceará, onde já mataram o dito bem umas duas dezenas de vezes, ele continua vivinho da silva. Da Silva e de Souza, de Oliveira, de França, Viana, Amâncio, e quantos outros sobrenomes tenha. Um sujeito
– Oito décadas e meia… Quem diria, hein, seu Astrojildo? Seu Astrojildo sorri, detrás dos óculos redondos, Machado de Assis debaixo do braço, xicrinha de café na ponta dos beiços, coado e servido no boteco da esquina