O Poema
Um poema como um gole d’água bebido no escuro. Como um pobre animal palpitando ferido. Como pequenina moeda de prata perdida para sempre [na floresta noturna. Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa [condição de
Um poema como um gole d’água bebido no escuro. Como um pobre animal palpitando ferido. Como pequenina moeda de prata perdida para sempre [na floresta noturna. Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa [condição de
[Rio de Janeiro] Esta noite a lua contempla a avenida Copacabana em vez de olhar para o mar, e as coisas mais cotidianas são novas pra ela. Debruça-se sobre os fios frouxos dos bondes. Lá embaixo, os trilhos se
uma fatia de céu é dada nesta noite de maio quinhão que cabe ao homem que da janela espera a urbe apita e o calor se faz bruma e precipício uma fatia de céu é dada aos
Vergado sob o peso de duas latas com água vai o menino caiçara rumo à duna sem dono Em seu destino parvo-pálido adorna a duna com sua magra figura Naufragado destino é o que traz no corpo magro como
Sentia a areia debaixo dos pés e as estrelas acima de tudo. Havia bebido duas garrafas de vinho. Sozinha e descalça no breu. Não por falta de companhia, mas de compaixão. Saiu sem dizer o destino e adorou.
Onde andarão as estrelas que antes, alugavam os teus olhos para breves temporadas nas manhãs de dezembro? Onde andará teu riso solto? Foram-se, as estrelas talhadas em luz esculpidas em bronze em barcos reais que aqui passaram
O poeta muitas vêzes se delicia em criar poesia, não tirando-a de si, dos seus sentimentos, dos seus sonhos, das suas experiências, mas “desgangarizando-a”, como disse Couto Barros, dos minérios em que ela jaz sepultada: uma notícia de
“Confidência do Itabirano” Absoluta, categórica, plena, rigorosa, sincera. São adjetivos que poderia apor à vitória que, com 58.295.042 votos, renova o fôlego da agenda de esquerda do projeto nacional de modo bastante auspicioso. “Confidência do Itabirano”, breve poema
De uns tempos pra cá, Marilda deu de reclamar: não topa vestido barato; só compra sapato caro; e, contrariada, só fala em se mandar. Mas Marilda não vai, que eu sei. Porque Marilda reclama da vida, fica puta, se
Amor que serena, termina? começa? que nova velhice o espera para viver? qual fulgor? amor surgindo de si mesmo a si mesmo sendo também memória de si comendo de si, que velha sombra chupará sua nuca? Oh pestes que