Marlene e Laura
Marlene não era bonita, não era feia. Entre os cabelos usava um botão de rosa, De uma roseira que ela mesma plantara. Era simples e me amava. Laura era castanha, quase loira. Era imponente. Era a bela do bairro.
Marlene não era bonita, não era feia. Entre os cabelos usava um botão de rosa, De uma roseira que ela mesma plantara. Era simples e me amava. Laura era castanha, quase loira. Era imponente. Era a bela do bairro.
Ô moço, o senhor sabe onde mora a dupla mococa e paraíso? (…) a dupla sertaneja (…) dizem que eles moram por umas esquinas dessas da avenida Ipiranga (…) aqui é a avenida Ipiranga não é? É
Um leão-de-chácara Atraca-se com uma criança em flor Que vende rosas. Aplica-lhe uma chave-de-braço E sai arrastando-a, Deixando um rastro de pétalas. Ela tem 9 anos e já passa das 24 horas, Ela pesa uns 20 quilos e o
Muitos são os que não entendem o mar. Titã sem respeito por nenhuma vontade, é massa não moldável e esconde sentidos que reluta em revelar. Há que escrutá-lo. Mergulhar fundo em seus segredos de abismos e de lá emergir
Dona Hermenegilda estava convencida: o feijão estragara. Também, dois dias fora da geladeira, só podia mesmo estragar. Bem que tinha sentido um cheiro de azedo ontem à noite, quando veio beber água na cozinha. Mas o sono era
Fernando convida Jorge e seus jagunços para um jantar em sua casa. Jorge, olhos claros, sobrenome germânico, presidente de partido, senador da República, chega acompanhado de sua tropa de choque e dispara: “O governo vive uma crise moral”.
Amanhã na vastidão da avenida, No mar de gente, Em vez de cavaleiro, Serei teu mastro andante. Haverá muitas outras, Mas o meu coração vibrante Fará de meus braços um galho gigante E neles hasteada irás bailar Bem ao
Descemos o rio. Chegados à foz, estuamo-nos com as águas. No confronto com as ondas, desfizemo-nos em lascas de pau, tecidos e moléculas de carbono. Hoje, somos mar, plenos de monstros e abismos.
Era inaudível. Mas brilhava que quase iluminava o sol. Isso!: um meio-dia em minha vida, aquele sorriso e sua alegria. Quando, vez primeira, a meia-noite daquela pele penetrou aguda minhas narinas, vi-me, na sala cheia de lua, em campo
Montes de saudades, coorte absurda de sentidos postos à prova – esse o caminho de quem antecipa manhãs e não vive cada aurora e seu tempo de felicidade? Pontes de lamento entre o ser presente e o projetar-se, os